Eça de Queiroz

A IllustreCasa de Ramires



PORTO

LIVRARIA CHARDRON
De Lello & Irmão, editores
1900






Pertence no Brazil o direito de propriedade d'esta obra aocidadão Francisco Alves, livreiro editor no Rio de Janeiro,que, para a garantia que lhe offerece a lei n.º 496 de 1d'Agosto de1898, fez o competente deposito na Bibliotheca nacional, segundo adeterminação do art. 13.º da mesma Lei.




PortoImprensaModerna




A ILLUSTRECASA DE RAMIRES





Obras do mesmo auctor:



Revista de Portugal. 4 grossosvolumes12$000
As Minas de Salomão, 1volume600
Os Maias. 2 grossosvolumes2$000
O Crime do Padre Amaro. Terceiraediçãointeiramente refundida, recomposta, e differente na fórma enaacção da edição primitiva,1 grossovolume600
O Primo Bazilio. Terceiraedição, 1 grossovolume.1$000
A Reliquia, 1 grossovolume1$000
O Mandarim. Quartaedição, 1volume500
Correspondencia de Fradique Mendes,1volume600

No prelo:


A Cidade e as Serras.





A ILLUSTRECASA DE RAMIRES

I



Desde as quatro horas da tarde, no calor e silencio do domingo deJunho, o Fidalgo da Torre, em chinellos, com uma quinzena de linhoenvergada sobre a camisa de chita côr de rosa, trabalhava.Gonçalo Mendes Ramires (que n'aquella sua velhaaldêa de Santa Ireneia, e na villavisinha, a aceada e vistosa Villa-Clara, e mesmo na cidade, emOliveira, todos conheciam pelo «Fidalgo da Torre»)trabalhava n'umaNovella Historica, A Torre de D. Ramires,destinada ao primeironumero dos Annaes de Litteratura e de Historia,Revista nova, fundada porJoséLucio Castanheiro, seu antigo camarada de Coimbra, nos tempos doCenaculo Patriotico, em casa das Severinas.

[2] A livraria, clara elarga, escaiolada d'azul, com pesadas estantes depau preto onde repousavam, no pó e na gravidade das lombadasde carneira, grossos folios de convento e de fôro, respiravapara o pomar por duas janellas, uma de peitoril e poiaes de pedraalmofadados de velludo, outra mais rasgada, de varanda, frescamenteperfumada pela madresilva que se enroscava nas grades. Deante d'essavaranda, na claridade forte, pousava a mesa―mesa immensa depéstorneados, coberta com uma colcha desbotada de damasco vermelho, eatravancada n'essa tarde pelos rijos volumes da HistoriaGenealogica, todoo Vocabulario de Bluteau, tomos soltos do Panorama,e ao canto, empilha, as obras de Walter Scott sustentando um copo
...

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